Introdução à Reumatologia
Provas de função reumática: Você pede todo dia no posto, mas não sabe do que suspeitar se um VHS está com valor PertoDeZero ( puxei sardinha pro blog mesmo. E daí?! ).
- VHS: Prova INDIRETA LENTA de atividade inflamatória.
1. Câncer
2. Doença Reumatológica em atividade
Obs:
- A diminuição do número de hemácias na anemia aumenta a coluna de plasma sobrenadante e aumenta o VHS;
- Nos quadros de inflamação o fígado produz reagentes/ proteínas de fase aguda ( fibrinogênio, PCR, ceruloplasmina). Tais produtos interpõem-se entre as hemácias, anulando suas cargas negativas. As hemácias se aproximam e dá espaço para a coluna de plasma sobrenadante, aumentando o VHS. Por outro lado, doenças que diminuem a proteína plasmática, vão diminuir o valor do VHS. Ex: Cirrose Hepática, Desnutrição...
- Complete a frase: “ VHS próximo a zero pode ser um sinal de febre _______________”.
- Nos primeiros meses de gestação ocorre AUMENTO do VHS pelo aumento do fibrinogênio plasmático.
Tem gente que respondeu “Reumática”. Erraaaaadoooooo!!!!! A resposta é Febre Amarela. Mas deixa isso para quando estudarmos Infectologia, lá na frente.
- PCR: É um reagente de fase aguda. Mais confiável que o VHS, que sofre influência de vários outros fatores.
Divisão das Doenças Reumatológicas
- Artrites Idiopáticas
- Artrite Reumatóide
- Espondilite Anquilosante
- Artrite Reativa
- Artrite Psoriásica
- Artropatia Enteropática
2. Colagenoses
- LES
- Esclerodermia
- Miopatias Inflamatórias Idiopáticas
- Síndrome de Sjögren
- DMTC
3. Vasculites
4. O resto
- Febre Reumática
- Gota
- Artrite séptica
- Fibromialgia
- Osteoartrose
ARTRITE REUMATÓIDE
Condição sistêmica idiopática, com marco articular;
Quem costuma ter essa doença? Mulheres entre a 4ª e 6ª décadas de vida.
Quando acomete homens, costuma surgir mais tardiamente ( entre 6ª e 8ª décadas de vida ). A doença costuma ser mais grave no idoso.
Contribuição genética: HLA-DRB1.
Fatores ambientais: TABAGISMO e INFECÇÕES PERIODONTAIS.
Fatores ambientais: TABAGISMO e INFECÇÕES PERIODONTAIS.
O quadro típico é insidioso, com poliartrite simétrica periférica de pequenas e grandes articulações com caráter aditivo, crônico e destrutivo ( osso e cartilagem ), levando a deformidade articular de mãos, pés e punhos.
"Mas se….
O baço aumenta
E neutrófilo cai e atrite
E aí?
Felty é o que pode ser, o leuco vai descer
Que triste…”
As manifestações extra-articulares estão associadas a elevados títulos de FR e anti-CCP.
- PELE
Nódulos subcutâneos: MUITO TÍPICO. Surge após alguns anos, principalmente na face extensora de MMII e pés.
Vasculite
- CORAÇÃO
Pericardite: Manifestação extra-articular MAIS COMUM!!
Nódulo: Pode causar arritmia
Vasculite
- PULMÃO
Derrame pleural: Glicose BAIXA e pleurite
Nódulos: Se romper ocorrerá PNEUMOTÓRAX
Síndrome de CAPLAN: Art. Reumatóide + Pneumoconiose
- OLHOS
Síndrome de Jögren: Principal manifestação ocular!
Episclerite
Uveíte Anterior
Escleromalácia perfurante
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Artrite Idiopática Juvenil
A Artrite Idiopática Juvenil inicia antes dos 16 anos, tem causa desconhecida e os sintomas devem persistir por pelo menos 6 semanas. Existem 7 ( achei muito! Mas todo castigo pra quem perdeu é pouco…) tipos:
- Artrite Sistêmica: Doença de Still
- Oligoarticular
- Poliartrite com FR negativo
- Poliartrite com FR positivo
- Artrite Psoriásica
- Artrite relacionada a entesite
- Outras artrites
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Sem tratamento adequado, o curso da doença é progressivo e deixa sequelas:
Nas mãos:
- Desvio ulnar dos dedos: poupa IFD da artrite, MAS PODE DEFORMAR! Se inflama IFD, pensar em Osteoartrose ou Artrite Psoriásica;
- Dedo em pescoço de cisne
- Dedo em abotoadura/ casa de botão
Nos punhos:
- Dorso em camelo: punho e metacarpofalangeanas. Há risco de Síndrome do Túnel do Carpo ( nervo mediano ) - Sinal de Tínel ( percussão ) e Manobra de Phalen.
Nos membros inferiores:
- Desvio lateral dos dedos dos pés
- Cisto de Baker: Na fossa poplítea
“Desvio ulnar dos dedos
Secura na boca, punho em camelo
Baker simula TVP, cisto rompeu
E aí…”
No pescoço:
- Subluxação atlantoaxial: Síndrome de compressão medular alta. Pode evoluir com parada respiratória e morte;
- Cricoaritenoidite ( rouquidão )
- Pode comprimir esôfago = disfagia
- Compressão de via aérea = obstrução
FR e anti-CCP tem importância diagnóstica e prognóstica.
Dosar anti-CCP, se FR negativo ou dúvida diagnóstica.
Fatores de mau prognóstico:
- Sexo feminino,
- Tabagismo
- Baixo nível socioeconômico
- Início da doença em idade mais precoce
- FR e anti-CCP em altos títulos
- VHS ou PCR persistentemente elevadas
- Grande número de articulações edemaciadas
- Manifestações extra-articulares
ESPONDILOARTROPATIAS SORONEGATIVAS
FR NEGATIVO / HLA-B27
-Unidade de lesão: ENTESITE
ESPONDILITE ANQUILOSANTE
Homem, jovem abaixo de 40 anos
Patogenia:
Idiopática
Quadril (sacro-ilíaca) → calcificação ascendente e simétrica
Quadro Clínico:
- Início insidioso de desconforto lombar
- Persistência por mais de 3 meses
- Piora com repouso (rigidez matinal)
- Melhora com exercício
- Redução da lordose lombar / Aumento da cifose cervical
- Posição do esquiador
- Pode perder capacidade de expandir o tórax
Pesquisa de sacroileíte:
-Manobra de Patrick
-Manobra de Volkmann
Graus da sacroileíte...
- Grau 1: suspeito (linha mais branca ao longo da borda)
- Grau 2: irregularidade da articulação
- Grau 3: 3spaço interarticular diminuído
- Grau 4: 4nquilose (fusão da articulação)
Teste de SHÖBER – teste de mobilidade lombar (<15cm = POSITIVO / REDUÇÃO da mobilidade). Usado também para acompanhamento.
Manifestações Extra-articulares:
Uveíte anterior aguda: É a mais comum e cursa com hiperemia, dor e fotofobia. O tratamento inclui corticóide e atropina tópicos!
Uveíte anterior aguda: É a mais comum e cursa com hiperemia, dor e fotofobia. O tratamento inclui corticóide e atropina tópicos!
IAo
Fibrose pulmonar “bolhosa”
Fibrose pulmonar “bolhosa”
Diagnóstico:
Critério radiológico + 1 critério clínico
Sacroileíte - dor lombar >3 meses
Rx simples (1º exame). - redução da mobilidade lombar
TC - redução da expansão torácica
RNM (melhor)
RNM (melhor)
Tratamento:
- Fisioterapia/ Sintomas aliviam com exercício físico (Natação)
- Drogas : AINES (não há benefício com o uso de corticóides sistêmicos) e Inibidor TNF-alfa(Infliximab)
ARTRITE REATIVA
Patogênese:
Processo infeccioso à distância - artrite reativa
-intestinal: Shigella, Salmonella...
-genital (uretrite/cervicite): Chlamydia tracomatis
-genital (uretrite/cervicite): Chlamydia tracomatis
Anticorpos formados atacam a articulação (não há bactéria intra-articular)
Quadro clínico:
OLIGOARTRITE PERIFÉRICA de GRANDES ARTICULAÇÕES
-pp joelho
-pode acometer esqueleto axial, mas de forma anárquica
-pode acometer esqueleto axial, mas de forma anárquica
SÍNDROME DE REITER
É o protótipo (forma + comum)
- Artrite ( somatória de grandes articulações )
- Uretrite (Chlamydia)
- Conjuntivite
Sinais associados:
- Dactilite
- Ceratoderma blenorrágico (lesões queratinizadas em palmas e plantas)
- Balanite circinada
- Uveíte anterior
Diagnóstico: clínico
TTO: sintomático (AINE) + erradicar clamídia (Doxiciclina ou Azitromicina)
PROG: variável (geralmente bom). Maaaaaas pacientes HIV + apresentam PIOR prognóstico.
*DD: artrite séptica gonocócica
ARTRITE PSORIÁSICA
5 formas clínicas:
1. POLIARTRITE SIMÉTRICA (=AR)
- FR sempre neg
2. ARTRITE AXIAL (=espondilite)
2. ARTRITE AXIAL (=espondilite)
- acomet. anárquico da coluna
3. OLIGOARTRITE ASSIMÉTRICA (=Reiter)
4. ARTRITE DAS INTERFALANGEANAS DISTAIS
3. OLIGOARTRITE ASSIMÉTRICA (=Reiter)
4. ARTRITE DAS INTERFALANGEANAS DISTAIS
5. ARTRITE MUTILANTE
-“dedo em telescópio”
Tratamento:
-Sintomático (AINE)
-Sintomático (AINE)
-Tratar a psoríase
ENTEROPÁTICAS
Relacionadas à DII / Doença de Whipple
Caiu no SUS-PE2013: " O paciente que apresenta Nefrite Lúpica comprovada por biópsia e presença de FAN positivo e/ou anti-DNA positivo é classificado como LES "
COLAGENOSES
Lupus Eritematoso Sistêmico
Mulher, jovem ( 15 a 45 anos ), negra.
Diagnóstico: 4 dos 11 critérios que a gente já viu no instagran! Mas vamos revisar aqui…
Pele e mucosa
01. Rash malar
02. Fotossensibilidade
03. Alopecia Discóide
04. Úlceras orais
Articular
05. Artrite NÃO erosiva em ≥ articulações
Serosa
06. Pleurite OU
Pericardite
LUPUS BRANDO
Tratamento: Pele: Corticóide tópico + HCQ
Articular + mucosa: Corticóide sistêmico (dose anti-inflamatória)
Hematológico
07. AHAI OU
Leucopenia (<4.000) OU
Linfopenia (1.500) OU
Plaquetopenia (100.000)
LUPUS MODERADO
Tratamento: Corticóide (dose imunossupressora)
Renal
08. Proteinúria > 500mg/dl ou > 3+ OU
Cilindros celulares
SNC
09.Convulsão OU
Psicose
Imunológico
10.Anti-DNAdh ( DNA nativo)
Anti-Sm
Anti-fosfolípidis (anti-cardiolipina/VDRL falso-positivo)
11.FAN +
LUPUS GRAVE
Tratamento: Imunossupressores
Manifestações
Síndrome Lúpus-like ( fármaco-induzido ):
- geralmente é brando;
- as drogas mais associadas são:
- Procaínamida ( maior risco )
- Hidralazina ( mais comum )
- Difenilhidantoína.
- NÃO consome complemento;
- FAN em ALTOS títulos;
- Anti-DNA dh NEGATIVO
SAAF
- Trombofilia
- Primária: SAAF e mais nada
- Secundária: alguma doença (LES) + SAAF
- Trombose ( arterial, venosa, placentária )
- Plaquetopenia
- Tempo de tromboplastina parcial ativado (TTPa) alargado
DIAGNÓSTICO
1 clínico
- trombose ( arterial ou venosa ) - CONFIRMADA
- morbidade gestacional
- perda fetal precoce ( 3 )
- perda fetal tardia ( 1 )
+
1 laboratorial
- anticoagulante lúpico
- anti-cardiolipina
- anti-B2-glicoproteína 1
- repetir em, no mínimo, 6-12 semanas ( máximo 5 anos )
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